terça-feira, 22 de junho de 2010

Patas


Como posso começar a falar de uma das ''pessoas'' que mais amo e amei e que certamente sempre irei amar na vida?
Sim, sei que no fundo não é bem uma pessoa, mas pra mim é como se tivesse sido.Na verdade era e é muito melhor do que muitas pessoas desse mundo.
Sim, meu cachorro.
Meu amado e único cão.
Não consigo se quer pronunciar a palavra cachorro quando me reviro a ele, e não consigo acreditar que ele não ta mais entra a gente.
Posso falar todas as palavras do mundo, posso demonstrar todo o sentimento e carinho, posso chorar o quanto eu quiser, mas jamais qualquer ser humano vai entender e conseguir imaginar todo o meu amor por ele.
Só Deus, sim, só Deus sabe a imensidão que é.E só Deus sabe a falta que ele me faz.
Perdemos um membro da família.
Sim, a 16 anos com a gente, sendo que eu tenho 18 anos.
Não consigo se quer imaginar um dia longe dele, quanto mais anos.
Mas tenho que enfrentar isso.
Tudo começou logo que chegamos em Rio Grande e foi decidido ter um cachorro.
Nós como éramos muito pequenas pedimos um poodle para o pai, mas nada ficou muito resolvido, porém em um belo dia estávamos na minha avó e quando voltamos pra casa lá estava ele, um baby lindo, um pastor alemão.
Meu pai com toda a sua sabedoria falou, se for pra ter um cachorro que seja um que sirva pra cuidar da casa. Sabia ele que foi uma das decisões mais importantes e inteligentes que já teve. Minha vida sem ter conhecido o Scoobinho? Não consigo se quer de longe imaginar.
Contudo, Lorena com toda a sua alegria ao ver aquele lindo ursinho de pelucia minusculo soltou um berro daqueles, e ele muito novinho saiu correndo, disparando daquelas loucas que ali já começaram a babar e paparicar ele.
Sabíamos nós que ali ia começar um grande laço amoroso, talvez um dos mais fortes.
São tantas histórias engraçadas pra contar, uma vez em que estávamos prontos para um casamento e ele fugiu e era todo mundo atrás dele correndo pela rua de sapato de salto e terno, tem também a vez em que ele fugiu e se jogou numa valeta,ihh não daria espaço o suficiente pra contar tudo, nem tenho força o suficiente pra ficar relembrando sem chorar.
Porém ele foi crescendo, assim como nós, e os problemas foram aparecendo.
Uma das piores ideias que tivemos foi levar ele no cassino, na praia, se eu soubesse tudo que ele teria que enfrentar depois daquele que para nós era um simples passeio em familia,eu jamais teria feito aquilo de novo.
Como as orelhas de pastor são para cima ele pegou uma otite nos ouvidos por causa da aguá do mar e dali por diante foram muitos momentos de dor, angustia, e momentos de tristeza por ver ele sofrer, foi um tempo difícil. Mesmo com isso ele nunca deixou de ser o scoobinho feliz.
Mas ele se mostrou o mais forte dos cachorros.
Com a cura da otite, depois de vários e longos anos de batalha, ele criou um rotulo para a gente de que ele era eterno, de que nada nunca ia derrubar ele.
Perder o scooby? era algo que nunca passou pela minha cabeça. Achava que eternamente ele ia estar aqui.
Mas como todos nós crescemos ele cresceu também e com isso vieram os problemas da idade, mas era tanto tempo junto que não conseguíamos ver que ele crescia também.
Para nós ele era o bom e velho scoobinho.
As coisas pioraram quando ele começou a parar de caminhar, acho que foram os meses mais tristes da minha vida. Ver aquele cachorro forte e que colocava muito respeito em quem passava pela casa, estava perdendo forças e eu não conseguia acreditar naquilo.
Ver o veterinário ir lá todo o santo dia alguns dias chegar animado e sair desanimado, outros dias chorar junto com a gente, outros dias ter esperança, aquila rotina era angustiante e parecia que não ia acabar nunca.
Minha a não conseguia mais nos visitar, pois todas as vezes que ia lá no Cassino o choro era muito involuntário.
Ele foi piorando, mas como já estávamos tão ''acostumados'' com aquela situação que não percebíamos isso.
Até as crianças do colégio que tem aqui perto sentiam falta dele, seguido escutavamos olha o scooby não ta mais aqui, será que ele ta bem? Sim, muitas delas sabiam o nome dele e de muitas escutamos elas dizendo,ele é meu amigo. Aquilo era uma alegria para nós, saber que um cachorro daquele tamanho que podia ser muito brabo e morder muita gente era amigo das crianças, e mais ainda nosso amigo, nosso melhor amigo.
Estava sempre em alerta, falando em alerta, era a campanhia aqui de casa, queria saber se a mãe estava chegando?, se o scooby não latiu é pq não era ela.
Em um dia estava eu sozinha na sala pois todos já haviam dormido e escuto ele chorar, não era choromingar, era choro mesmo, choro de quem tava com dor, de quem tava sofrendo com aquilo, abri a porta da sala e logo comecei a chorar.
Peguei na mão (pata) dele e só falava mano a mana ta aqui contigo, mas o sofrimento era tanto de ambas as partes que tive que falar, mano se tu tiver lutando e sofrendo tudo isso só por causa nossa, só por causa do sofrimento que vai ser ficar sem ti, não te preocupa nós vamos tentar ser fortes, só queremos te ver bem.
Por aqui parece ser tão fácil falar tudo isso mas na hora foi um aperto enorme, ainda mais entre lágrimas de desespero de ver aquela situação. O olhar dele não era mais o mesmo, era um olhar de quem tava longe, de quem tava distância, mas depois em certas horas voltava a ser o MEU scoobinho.
No outro dia depois dessa conversa, resolvi não ir para pelotas pois não tava me sentindo bem, a lorena tinha chegado em casa do inglês também e a mãe e o pai do trabalho, o veterinário já tinha ido lá como de costume e nos alertou de que ele não tava bem,porém a mãe já havia percebido, na verdade todos nós, mesmo não querendo acreditar, logo ele colocou soro nele e tapamos ele com cobertores. Eu tive que sair da garagem, não tinha mais coração, nem estômago, nem qualquer coisa, para suportar ver aquela cena, mas achei que ficaria tudo bem como sempre, que era só mais um dia que iria passar como todos.
Uma das cenas que não me esqueço foi da mãe pegando um tapete e botando no chão ao lado dele que estava deitado e se sentar ali e pegar a patinha dele sem falar nada só com muitas lagrimas nos olhos, e por ali ela ficou fazendo carinho nele na espera de que ficasse tudo bem também, afinal era a vida de um dos filhos dela que estava em jogo.
Tempo se passou e logo veio ela correndo chorando sem parar ligar para o veterinário dizendo que algo na qual ela não esperava havia acontecido e mando a gente não sair do quarto, Lorena nada obediente saiu logo em seguida atrás dela eu muito medrosa sequer movi um músculo para qualquer lugar que fosse.
O pior havia acontecido.
Segundos antes eu me direcionei até a garagem e lá estava ele olhando pro nada, muito distante, mas acredito que Deus me deu uma chance de me despedir dele, ele levantou a cabeça e ficou por uns bons minutos me olhando e ele tinha voltado a ser ele, a ter o olhar dele, que transmitia todo o amor do mundo, foi ai que eu aproveitei pra dizer o quanto eu amava ele e apertei o fucinho dele como fazia sempre e a orelha e ele se deitou de novo. Lágrimas em mim caem agora. Lembrar disso me corta o coração.
Com a chegada do veterinário e com a volta da Lorena pro quarto em desespero percebi que o que eu mais temia no mundo havia acontecido, me levantei já em prantos em direção a garagem e lá estava ele, outra cena que não me esqueço jamais.
Como pode em um segundo estar ali e no outro já não estar mais?
Nem o veterinário segurou o choro.
Bom desculpem todo esse texto gigante mas precisava desabafar em algum lugar a perda do meu amigo, do meu irmão, daquele que quando nada estava bem e queria simplesmente chorar sem ter que dar explicação do pq, eu ia de encontro com ele e ali chorava sem falar nada e ele me olhava e com um olhar na qual eu tenho total certeza de que ele me entendia, muito fiz isso e muito eu senti que ali eu estava segura e perto de alguém que não me julgava, que simplesmente me amava, da maneira mais pura e verdadeira.
Todos os dias que eu chego de pelotas a meia noite, alguém me espera para me receber na porta, e muitas vezes eu passava reto por eles e ia direto no scooby apertar ele e dizer o quanto eu amava ele.
De uma coisa eu não posso reclamar, ele partiu muito ciente do quanto eu amava ele, não deixei nenhuma oportunidade, não deixei nenhum segundo passar sem falar isso. Acredito que não tenha um dia que eu não tenha dito o quanto ele era importante pra mim.
Disso eu levo como lição, acho que por isso eu sou tão carinhosa as vezes com todo mundo e as pessoas as vezes não entendem todo esse amor, mas tenho medo de perder as pessoas e de que isso aconteça sem que elas saibam o quanto eu as amava.
Nunca ninguém vai se quer chegar perto de entender todo esse amor por ele.
Cachorro de novo? Não muito obrigada.
Se um dia eu tiver outro será apenas outro, nunca, jamais acharei outro scooby na vida.
Só tenho a agradecer por ele ter aparecido, pois eu descobri o verdadeiro significado da palavra amor e da palavra saudade, que é o que me aperta o coração todos o santo dia.
Pergunto para a minha mãe que tenho certeza que sabe a dimensão da minha saudade se um dia isso vai passar, e ela me diz que logo logo passará, mas sinto nas lágrimas quase que diárias dela que é só para me confortar.
Garagem vazia.
É triste ter que passar por lá.
Até quem se dizia muito forte não teve como conter a emoção, meu pai. Ele encantava a todos, não conheci uma pessoa que não gostasse dele.
Os dias passam e vejo toda a falta dele aumentar. Se eu sequer soubesse que ia sentir tudo isso teria passado muito mais tempo com ele, mesmo achando que isso é quase que impossível.
Deixamos de viajar por causa dele, deixamos de ir na praia por causa dele, deixamos de fazer muitas coisas por causa dele, se íamos a qualquer lugar o pensamento era sempre voltar logo para cuidar do scooby, nossa vida era em função dele, de fazer de tudo para que ele ficasse bem.
Tentamos.
Não posso dizer que damos o nosso melhor pq nunca vamos achar que é o nosso melhor quando estamos falando em cuidar de quem se ama.
Mas que tentamos, tentamos.
Não me arrependo de nada do que foi feito, só sou feliz por ter vivido tudo isso ao lado dele.
Sei que um dia a gente vai se encontrar de novo.
Imagino ele agora como nos meus sonhos, correndo muito por ai, ao lado do avô que também já se foi.
Amo incondionalmente, no maior e mais amplo sentido da palavra.
E nada vai mudar isso, tão pouco essa distância que é ridícula comparada com o tamanho do amor que sinto aqui dentro.
Obrigada por tudo.
Tu é, e sempre será o melhor.

sábado, 19 de junho de 2010





Não sei bem por onde começar. Talvez pelo inicio, talvez por onde meu coração achar que devo, talvez nem devesse começar.
Tantas coisas loucas a dizer, tantas bobagens, ou não, sou um pouco de cada, sou tantas, tenho MUITAS opiniões, tenho MINHAS opiniões.
Ser diferente não é apenas agir diferente, mas sim ser você.
Pensar como você.
Fazer como você queria fazer.
Vejo tantas pessoas imitando umas as outras, não digo apenas no jeito de vestir, mas no jeito de pensar e agir. PAREM com isso. Pense, o que você vai ter vivido no final?
Saberá de cor e saltiado como o outro agirá em cada situação, como ele se vestirá, qual a hora que ele chorou, qual a hora que ele sorriu, qual a hora que ele achou certo em tomar certa atitude, mas e você?
Ele não, ela. Sim, isso existe e muito no mundo feminino, muito mais do que qualquer homem pode imaginar.
Certo, eu sei que deve ter alguém que vai achar que é exagero, que não existe alguém que copie tanto o outro assim, mas tenho algo a declarar são várias por ai.
Não sei, posso parecer louca mas quando não tenho nada pra fazer vou no meu guarda roupa e começo a inventar moda, sim, eu faço isso, principalmente em dias que eu não for sair, mas isso é algo que me deixa bem, que me faz feliz só em saber que não sou igual a todo mundo.
Uniforme de festa? é as saias estão em alta mesmo. Não sou tão apaixonada por elas, preferia muito mais ir com as que eu criei em meus dias de estilista no meu quarto com o meu guarda-roupa.
E a opinião alheia? infelizmente ela existe, e me incomoda um pouco.
É, um pouco só, pois ela não é tão importante assim, ou pelo menos eu não tenho que dar tanta importância.
Muito já deixei de ser feliz por causa dela, mas com o tempo a gente aprende que tem muitas coisas mais relevantes do que isso.
O que carrego no meu coração é mais essencial do que tudo. Tem que ser.
Futilidades? Talvez esteja na moda também, e eu não sei.
Mas tem certas modinhas que não quero participar. Para que?O que ganho com isso?
Não sei ando meio maluca mesmo, mas não consigo mais achar tanto valor em algumas coisas como eu achava antes, e sinceramente acho que só agora que me encontrei to sendo feliz de verdade pois só agora eu to vivendo a minha vida, do meu jeito.
Faço dela o que achar melhor, faça você da sua também
Todo mundo ficaria bem.
Será que não?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tempo






''tempo, tempo, tempo, da minha cabeça, tempo, tempo, tempo, desapareça''


Tempo?Estou louca.

Últimamente não ando sabendo muito o que é isso, ou talvez eu esteja organizando muito mal o meu tempo.
Dormindo demais, resmungando demais, deixando muita coisa pra última hora, não fazendo o que deveria fazer, enfim, tudo uma bagunça.

Sabe quando parece que as coisas não vão se arrumar? que ta tudo revirado, que as coisas estão meio fora de controle, é, é isso que eu to sentindo agora.

Mas paro, penso, e logo começo a tentar por ordem na casa. Não posso deixar meus medos, minhas angústias, meus professores loucos, pessoas loucas, mundo louco, tomarem conta de mim.

Tenho que retomar o controle de tudo, limpar a casa.

Ta dificil, ando meio perdida, meio sem foco. Mas sei que tudo isso logo vai passar.

É, ninguém me falou que faculdade ia ser fácil, ainda mais eu com toda essa minha maturidade nos meus grandes 18 anos.

Porém não vejo dias piores, se tem uma coisa que existe e é muito forte dentro de mim é o otimismo e a vontade de querer mudar tudo aquilo que acho que não anda bem.

DEU.CHEGA. Vou começar tudo de novo como se fosse o ínicio.

Será que é?